“Eu vou contar tudo para o seu pai quando ele chegar!”

Das fantasias na época da gestação para a realidade atual, uma enorme diferença do que imaginávamos ser nossos papéis de pai e mãe… e o dia em que foi usada a famigerada frase-título do post!

Quando éramos um casal de gestantes, minha esposa e eu fantasiávamos sobre como desempenharíamos nossos papéis. Imaginávamos que ela, que sempre fez mais o tipo disciplinadora, seria o policial durão, enquanto o papai aqui, sempre mais “de boa”, seria o que colocaria tudo a perder. Numa imagem bem caricata, eu seria o pai que apronta junto com a filha, esconde as coisas da mamãe séria/brava e deseduca secretamente… quando o bicho pegasse, era só ameaçar contar tudo para a mamãe.

O tempo passou, a criança nasceu, os papéis foram se desenrolando… e descobrimos que nossa fantasia era só fantasia. Não dá para dizer que a situação foi o contrário, porque minha esposa está longe de ser alguém que não educa e tal, mas eu me descobri em muitos opostos do que esperava.

Essa semana, por exemplo, minha esposa usou a tal frase que intitula o post de hoje. Disse ela que depois de uma manhã com a filhota impossível de tão reinenta, ela olhou sério para a nossa princesa e disparou:

– Se você continuar assim, eu vou contar pro papai!

A resposta dela, que no alto dos seus três anos já não tem papas na língua, foi:

– Nããão, mamãe… esse é o nosso segredo

É pra rachar a cara, né? Mas além de me arrancar risadas quando fiquei sabendo, parei para pensar um pouco… até porque depois que minha esposa reforçou a ameaça, parece que a pequena sossegou.

Pai brincalhão, participativo, amoroso etc. mas sempre me mantive disciplinador. Minha garotinha sabe exatamente a expressão facial e o tom de voz que utilizo quando a coisa é séria ou o bicho vai pegar pro lado dela. Por mais que me parta o coração em alguns momentos, não fraquejo perante carinhas fofas (de gato de botas), ameaças pesadas (do tipo não amo mais você) ou outras ferramentas de manipulação desses Darth Vaders de cachinhos.

Cá entre nós, não sei se eu deveria me orgulhar de ter conseguido esse status ou se é algo preocupante. Fico, vez ou outra, com o frio na barriga de que pode ser que minha pequena cresça misturando respeito e medo do seu velho pai aqui. Será que em algum momento isso pode afastá-la um pouco de mim?

Essa vida de pai não é fácil, parceiro. A impressão que dá é que a despeito de todo o esforço e empenho em ser o melhor pai possível (e impossível), o filho sempre pode interpretar errado, desejar ter sido diferente e culpar você por ser um péssimo pai. Bem, neurose pouca é bobagem!

Para bem ou mal, o fato é que contrariando todas as nossas expectativas e fantasias, o cargo de bad cop ficou para mim … mesmo também sendo eu o cara que rola no chão e brinca de cavalinho hehehe

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“Eu vou contar tudo para o seu pai quando ele chegar!”