Três dicas para sobreviver ao puerpério

O puerpério pode ser, sim, assustador. Mas eu venho aprendendo que dá para sobreviver a ele com dignidade. Aqui tem três dicas para sobreviver ao pós-parto

Durante a minha gravidez, eu me alimentei de relatos da tal maternidade real. Graças à internet temos hoje disponíveis diversas vozes de mães pra nos avisar: ser mãe não é fácil e o puerpério pode ser um horror.

Por isso, foram 39 semanas me preparando psicologicamente para o pós parto. Nesse meio tempo, pedi para as outras mulheres Mundo Ovo que escrevessem (pra mim) um post falando que o puerpério é difícil, mas que ia ficar tudo bem. Assim foi, você pode ler aqui. (tks, Camila!)

Hoje faz 11 dias que Martin nasceu e eu estou aqui sentada escrevendo esse texto. Porque está tudo bem. É fácil? Não. Mas não está sendo impossível ou aterrorizante. O puerpério não está sugando a minha alma ou a minha identidade. E acho que esse privilégio se deve a três fatores, que faço questão de compartilhar com vocês.

Construa sua rede de apoio e confie nela

Rede de apoio é um privilégio, principalmente para quem é mãe solo (não é meu caso). Mas sem ela é impossível sobreviver a um recém-nascido com dignidade. Um bebê é um trabalho constante e que te dá poucas horas para respirar. É preciso dividir o trabalho.

Sabe aquela história de “é preciso uma vila para criar uma criança”? É a mais pura verdade. Antes mesmo do bebê nascer, convoque as pessoas que você ama e que te amam para te ajudar. Pedir ajuda pode não ser fácil, mas peça. Construa escalas de trabalho, se for preciso.

Você vai precisar de família (seja qual for sua definição de família) por perto mais do que nunca, para apoio moral e físico. E lembre-se: confie nos braços alheios e vai dar tudo certo.

 

puerperio

Estude e converse com outras mães o máximo que puder

As informações existem. Estão em livros, na internet, nos relatos das amigas e conhecidas. Não tem muito espaço para surpresas na maternidade hoje. Eu passei 39 semanas “estudando” as coisas que poderiam acontecer no puerpério. Conversei com os mais diversos “tipos” de mães, fiz um monte de perguntas.

Pra mim, é simples. Você não vai viajar para um lugar totalmente desconhecido sem antes fazer uma pesquisa mínima sobre o destino, certo? Acho que o mesmo vale pra maternidade. Saiba o que pode acontecer, se prepare mentalmente e fisicamente (se possível).

– nesse momento eu parei para amamentar pois estamos em livre demanda de leite materno por aqui –

Aliás, a amamentação parou de ser um bicho de sete cabeças antes mesmo do Martin nascer. Estudando eu descobri que doía, que o peito feria, que podia não dar certo e que tudo bem. Me preparei para aceitar todos os cenários possíveis.

Alinhe suas expectativas com a realidade do puerpério

É claro que mesmo conhecendo os cenários possíveis na teoria, na prática as coisas podem ser/são um pouco diferentes. Por isso, é importante que você alinhe suas expectativas internamente.

Eu me preparei para um parto normal, de todas as formas possíveis. Era um desejo meu, por diversas razões, principalmente pela recuperação mais rápida no pós-parto. A verdade é que eu só parei para ler sobre o puerpério pós-cesariana quando minha obstetra me colocou de repouso por pressão alta.

A partir daí, tive que re-alinhar minhas expectativas e aceitar que uma cesariana de emergência poderia ser o cenário mais provável (como foi).

Pelo lado mais positivo da coisa, minha expectativa era de total isolamento da realidade e do mundo, por falta de tempo. Na realidade, por causa da rede de apoio (obrigada, gente), eu tenho tido tempo pra escrever, pra respirar e pra ajudar amigas de coração partido.

Dá pra sobreviver, viu?

 

 

imagem: Janko Ferlič

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