O que os filhos de pais separados realmente sentem

É muito difícil entender o que as crianças estão sentindo no meio de um divórcio.

Conseguimos perceber imediatamente nos filhos de pais separados alguns sentimentos genéricos: tristeza, eles se sentem divididos, eles querem que os pais voltem, eles se rebelam contra a situação atual.

Raramente eles conseguem colocar em palavras toda essa confusão de emoções e, naturalmente, quanto mais novos, menos eles usam as palavras e mais eles usam as emoções.

Quando os filhos de pais separados crescem, conseguem problematizar e colocar em palavras tudo o que sentem. Lembro que quando eu e o pai da Victoria nos separamos, falamos: “vamos tentar fazer melhor que nossos pais”. Oras, somos ambos filhos de pais separados e a perspectiva de ver a nossa filha crescer vivendo algumas das coisas que filhos de pais separados vivem, não era uma opção sequer a ser cogitada.

Nesses cinco anos conversei com inúmeros pais, que são filhos de pais separados, sobre a separação dos próprios pais. O que eles queriam que fosse diferente e o que eles queriam que os pais tivessem sabido – se eles tivessem conseguido colocar em palavras coisas que naquela época só era possível sentir.

Para quem está passando por uma separação, talvez você deva ler e refletir sobre algumas dessas constatações.

 

 

  1. Não importa o que tenha acontecido na relação dos pais, as crianças amam ambos na mesma intensidade.
  2. Todo mundo odeia a mochila que vai e volta. Essa sensação de impermanência é muito ruim. Nem sempre é possível ter um armário completo na casa dos dois pais, mas isso é o ideal.
  3. Os filhos não querem saber dos detalhes sórdidos que envolvem uma separação, principalmente se o pai/mãe está usando essas questões para manipular os filhos para que fiquem do seu lado. Não faça isso.
  4. Não tente ser o melhor genitor por que está gastando mais dinheiro com presentes, viagens e coisas materiais. Isso é manipulação e é fácil, fácil de perceber.
  5. Quando as crianças estão com um dos pais, sentem saudades do outro. Não é pessoal, não é manipulação.
  6. Um dia na semana e finais de semana alternados não é o suficiente e jamais será. As crianças se sentem preteridas no restante do tempo, principalmente se o outro não telefona e não luta por mais tempo presente.

  7. As crianças não são garotos de recados. Essa coisa de casualmente, e muitas vezes abertamente, usar os filhos para obter informação sobre o outro ou mandar recado é das maiores angústias vividas pelos filhos de pais separados.
  8. As crianças não vão, jamais, conseguir ser os psicólogos dos pais. Não dá para pedir conselho para resolver questões cabeludas para os filhos, não importa a idade deles. Para isso existe ajuda profissional.
  9. Quando as crianças estão na casa de um e querem falar com o outro, favor atender o telefone.
  10. A pior pergunta que os filhos podem ouvir é: “você gosta mais do seu pai ou da sua mãe?”. Parece impossível que alguém vá fazer essa pergunta e, ainda assim, quase todo mundo lembra de ter sofrido pra responder isso em algum momento da vida.

 

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