O Começo da Vida: por que você TEM QUE assistir


O Começo da Vida

 

Mães, quem ainda não assistiu precisa ver o filme O começo da vida, da diretora Estela Renner. Sei que, muitas vezes, ir ao cinema é um luxo para quem tem filhos. Fui à convite da Amil depois de um dia super cansativo. Encontrei a Paty lá e chegamos em cima da hora para a sessão. As duas com aquela cara de “tô exausta”, típica das mães. Não temos tempo nem de ir ao supermercado, quanto mais ao cinema!

O saguão do cinema estava lotado e o clima era de comemoração. Tivemos a oportunidade de conhecer a Estela rapidamente e ela fez um vídeo curtinho para os leitores do Mundo Ovo. E em pouco segundos, ela cativou a gente pela forma apaixonada com que falou desse projeto. Foi um processo que durou três anos de gestação.

Logo nas primeiras cenas do filme, retiramos nosso pacotinho de lenços de dentro da bolsa. O Começo da Vida é um documentário que fala sobre a importância da primeira infância na vida do ser humano. Como que os pais, avós, outros cuidadores, o entorno, a cidade e a comunidade ajudam a moldar o presente e o futuro do seu filho.

O filme é todo em cima de depoimentos e entrevistas. Conseguimos entender melhor o desenvolvimento dos bebês do ponto de vista científico e biológico, através das entrevistas conduzidas com os cientistas. Também do ponto de vista educacional e psicológico. E ainda a visão dos pais e mães entrevistados. As cenas onde pais e mães interagem com seus filhos ao redor do mundo são particularmente emocionantes.

 

O Começo da Vida

 

 

O documentário cobre todo o espectro de família. Famílias com pai e mãe, pais separados, pais adotivos, casais gays, o pai que fica em casa, a mãe que fica em casa e quando os dois pais trabalham. Compara as diferenças entre o sistema americano e o da Dinamarca e Suíça, onde a base da sociedade e da criação dos filhos depende da mãe e do pai em partes iguais. Vimos como crianças são criadas em diversas partes do mundo, em ambientes socioeconômicos absolutamente plurais.

Algumas partes do filme estão, até agora, entranhadas em mim, de uma maneira que não achava que seria possível. A mãe americana que fala que ninguém a preparou para a profundidade do amor que ela sentiria pelo filho. O pai que recusou a proposta de emprego que melhoraria a vida financeira da família, porque isso o impediria de levar a filha para a escola todos os dias. A menina de 12 anos que cuida sozinha dos irmãos menores e que quando perguntada qual eram os sonhos ela diz com um sorriso (UM SORRISO): “eu não tenho nenhum”. Caramba, gente! Tantas partes desse filme são um soco no seu estômago.

Sei que a Paty ficou ainda mais abalada quando o filme reforça a necessidade do envolvimento de outras pessoas na criação das crianças, pois ela sempre se sentiu sozinha nessa questão. O provérbio africano “It takes a village to raise a child” nunca foi tão gritante.

Eu fiquei particularmente mexida quando a mãe explica que ela deixou de trabalhar de forma consciente, pois queria passar mais tempo com as crianças. E que ela não acredita na história de “tempo de qualidade” com os filhos que as famílias que trabalham pregam. Ela faz uma analogia reversa, dos pais profissionais que passariam “tempo de qualidade” (a.k.a. menos tempo) no escritório e ver o que o chefe ia dizer. Afinal essa é a cruz que eu venho carregando há anos. E estou num momento particularmente doloroso de reflexão. Tenho achado que mesmo no pouco tempo que eu estou com a minha filha, era como se eu não estivesse ali.

Mas ainda deu para dar um suspiro de alívio quando Simon Kuper, jornalista e escritor inglês diz: “meus filhos são tão cegos de amor por mim, que nem percebem minhas falhas.”

 

O Começo da Vida

 

São muitos momentos interessantes e elucidativos. O filme vai estimular não só a reflexão, mas uma análise de toda a sua vida como pais e mães e indivíduos. E provavelmente você vai sentir vontade de corrigir o curso dessa jornada. Achamos que TODO MUNDO tem que assistir ao O Começo da Vida. Pais, mães, avós, educadores e principalmente a sociedade. Pois nosso papel como cidadão é olhar não só para nossos filhos, mas também para todas as crianças ao seu redor.

O objetivo principal de toda a equipe que produziu esse documentário é que ele chegue ao máximo de pessoas possíveis ao redor do mundo. O filme tem cópias dubladas e legendadas em diversas línguas. Você pode promover sessões gratuitas em qualquer lugar, para um grupo de mais de cinco pessoas. Acesse o site aqui e saiba como você pode fazer.

Uma mensagem ficou martelando em nossa cabeça. Não adianta criar bem o próprio filho se as outras crianças não tiverem também a chance de ter um futuro melhor.

Assista o trailer oficial de O começo da vida

 

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