Riscos na gravidez após os 35 anos

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o percentual de brasileiras que tem deixado para ser mães mais tarde hoje é de 30,2%, número que chegava apenas a 22,5% no começo dos anos 2000. Acredita-se que a mulher aos 35 anos de idade esteja no auge. Dona de si, cheia de planos, um futuro inteiro pela frente. Mas quando o assunto é ter filhos, mesmo com toda a evolução da ciência, exames, a tarefa pode não ser lá muito fácil ou tranquila. Portanto, se você tem mais de 35 anos e está pensando em esperar um pouco mais para ter o seu primeiro filho, acho melhor parar um pouco e ler essa matéria.

Engravidei pela primeira vez aos 37 anos, mas só vim ter um filho nos meus braços aos 39. Essa segunda gravidez foi tranquila e saudável, mas segundo os estudos, tive sorte. Hoje meu filho tem 4 anos e a vontade de aumentar a família aperta meu peito e uma ponta de arrependimento me deixa para baixo. Muitas pessoas falam que estou sendo precisosiata ao citar os achados da ciência e me desfiam um rosário de celebridades que engravidaram após os 40, algumas até com 50! Sim é verdade, mas algumas tiveram seu primeiro filho antes dos 35 anos, outras congelaram óvulos e algumas tiveram mesmo foi sorte.

Se ser mães após os 35 anos te dá mais tranquilidade por já ter uma carreira, alguma estabilidade (mesmo que emocional), ou ainda por estar mais madura e saber o que quer da vida, no campo da saúde isso muda completamente. Com o passar dos anos, décadas, o primeiro sinal de que já não somos tão novas é o aumento na dificuldade em engravidar. Divido com vocês o fruto das minhas muits pesquisas e conversas com médicos.

Dividi esse post em 4 partes importantes: Fertilidade, a saúde da gestante, a saúde do bebê e o parto.

 

Fertilidade

A fertilidade começa a diminuir na mulher quando completamos 30 anos e progride gradativamente ao longo dos anos. Então imagine, nascemos com uma quantidade certa de óvulos para o resto de nossa vida, e estes envelhecem (com a gente), ficando mais difícil que consigam ser fertilizados. Então temos óvulos mais velhos e ovulamos com uma frequência menor (fator que piora consideravelmente opós 38 anos de idade. Sendo assim, engravidar não é lá tão fácil como imaginávamos.

Considera-se que o casal (abaixo dos 35 anos) possa ter algum problema de fertilidade quando tenta engravidar (mesmo) por um ano, sem sucesso. Quando se têm mais de 35 anos, o tempo de observação cai pela metade e se em seis meses de tentativa não houver a desejada gravidez, eles são encaminhados para acompanhamemto de especialistas em fertilização.

Muitas clínicas não aceitam fazer FIV em mulheres acima de 39 anos pois a taxa de sucesso é muito pequena caindo de 28% para 8% quando comparada com mulheres com idade inferior a 35 anos.

 

A saúde da gestante

Nada disso pode acontecer, mas se acontecer, você vai saber que está dentro do esperado.

  • Aborto espontâneo – A ocorrência é de 11.7% em mulheres abaixo de 35 anos de idade, essa taxa aumenta para 18% quando falamos das mulheres com mais de 35 e 40% em mulheres acima dos 40 anos.
  • Gravidez múltipla – Uma boa notícia para quem vai ter seu primero filho mais tarde é já sair ganhando logo 2 ou 3 bebês de forma natural e completando a família em uma só tacada (brincadeira). A chance de uma gravidez múltipla é bem maior em mulheres com quase 40 anos., se houver estimulação hormonal (medicamentosa) é quase garantido que mais de um bebê estará a caminho.
  • Hipertensão – O risco de uma grávida com mais de 35 anos ter pressão alta durante a gravidez dobra se ela tem mais de 35 anos, quando comparada a mulheres mais novas, afetando em torno de 10 a 20% dessa população de grávidas.
  • Diabetes gestacional – A ocorrência de diabetes gestacional é até 3 vezes mais comum em mulheres acima de 35 anos do que em mais novas. Um recente estudo mostra ainda que esse número pode aumentar se a mulher ganhou peso nos últimos anos.
  • Exames complementares – Novos exames são solicitados pelos médicos para melhos observação do crescimento e desenvolvimento do feto. A biópsia do vilão coral e a amniocentese são exames que servem para tentar detectar precocemente alguma má-formação ou alterações cromossomiais como a Síndrome de Down. O risco de mulheres terem um bebê com essa síndrome é de 1 in 1.250 aos 25 anos de idade, 1 in 952 aos 30 anos, 1 in 385 aos 35 anos e 1 in 106 aos 40 anos.

 

A saúde do bebê

  • Prematuridade – Não adianta, o corpo sabe a idade que tem e depois dos 35 anos o útero está sim envelhecido e a tendência é a de parto prematuro. Os bebês prematuros têm maior risco de desenvolver problemas de saúde.
  • Baixo peso ao nascer – Muitas mamães continuam em um ritmo intenso durante a gravidez; muitas tarefas, estresse, não se alimentam corretamente e não descansam o tanto que deveriam. Quem sofre é o feto, que não ganha o peso que deveria.

 

 

Então minha amiga, se você tem mais de 35 anos e quer engravidar, consulte logo o seu médico para avaliar de maneira ampla o seu estado de saúde e garantir uma gravidez mais saudável para você e o seu bebê. Com um bom cuidado pré-natal é possível diminuir os riscos que uma gravidez após os 35 acarreta.

 

 

Fontes:

  • BMC Pregnancy and Childbirth, BMC Public Health, and Journal of Maternal-Fetal and Neonatal Medicine.
  • American Society for Reproductive Medicine, in Birmingham, AL
  • Infertility services and IVF at the Cleveland Clinic Foundation in Cleveland, Ohio.
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