THM – Teste de Habilidade Materna

Semana passada eu tive um daqueles dias que aqui em casa chamo de THM – Teste de Habilidade Materna. Marido viajando há quinze dias, pequeno ficou uma semana sem ir para escola por conta de uma dessas viroses e a babá com pneumonia. Ter uma tecla de pause seria muito bem-vinda. – Pause – Eu conseguiria fazer o meu trabalho e entregar tudo no prazo. – Play – Vamos lá brincar enquanto o almoço fica pronto. Depois a gente escova os dentes … e assim seria o resto do dia. Um sonho. Dessa forma ninguém perde nada, nem a sanidade.

Como ainda não inventaram um controle remoto para a vida, posso te contar que não perdi a sanidade, mas a paciência ficou por um fio. Parece que as crianças identificam quando o bicho tá pegando, igual cachorro fareja o medo do passante, mas nesse caso não há simpatia de “São Roque, São Roque” que amenize. Adam fez birra, não quis tomar banho, nem comer, jogou os brinquedos longe e disse que ia me jogar no lixo.

Meu filho não lida bem com a minha divisão de tarefas. Não consigo ficar com um olho no gato e outro no peixe, ele quer que eu fique com ele e para ele. Sentei e conversei, pedi ajuda, expliquei novamente o que estava acontecendo, que eu também estava com saudade do papai e que esses dias seríamos só nós dois, parceiros e precisávamos nos ajudar, tal qual o Woody e o Buzz. Posso dizer que um sutil efeito pôde ser percebido, mas o teste continuava, minha paciência se acabava.

Não reconheci o meu menino. Adam é extremamente carinhoso, solícito e companheiro. Faz manha e birra como a maioria das crianças, tenta conseguir o que ele quer das mais variadas formas… Ao final do dia, já na hora de dormir, ele não quis fazer a oração, não quis deitar e jogou os travesseiros no chão. O que eu fiz de errado, será que eu não passava tempo suficiente com o meu filho. Será que a minha companhia não era o suficiente? No escuro do quarto, chorei. Avisei que não teria história, como sempre fazíamos todas as noites, e nem música. Ele chorou alto e me virou as costas. Silêncio. Uma mãozinha fez carinho no meu rosto e perguntou se também não teria carinho e eu prontamente respondi “carinho você vai ter sempre!”. Ganhei um beijo e um pedido de desculpas. Dormimos assim agarrados.

Os dias que se seguiram foram maravilhosos. Passei no teste! Ao menos nesse.

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4 Comentários

  1. Rafaela
    30 de setembro de 2014 at 12:12 — Responder

    Nossa, Paty. Já passei tantas vezes por isso. Às vezes, a gente acha que vai explodir. Muito bom e verdadeiro o seu relato. Um beijo.

    • Patricia
      30 de setembro de 2014 at 23:02 — Responder

      Obrigada Rafa,

      Esses pequenos são adoráveis, mas tiram a gente do sério!

      Beijos

  2. 2 de outubro de 2014 at 9:22 — Responder

    Essa galerinha não é mole, não… E pensar que nem chegaram na adolescência ainda!!!

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