Viajando sozinha com o bebê

Em recente voo de volta para casa, encontrei uma brasileira e seu bebê de quase 6 meses em apuros. Ela viajava sozinha pela primeira vez com o pequeno, vinha dos Estados Unidos para o Brasil, em um voo de 9 horas. Estávamos na mesma fileira e vocês sabem como é – mãe é o ser mais solidário desse mundo – e eu me ofereci para ajudá-la. Perguntei se ela não havia conseguido reservar o bercinho, ela me respondeu que, mesmo tendo feito a reserva, ao entrar no avião a avisaram que o berço era muito pequeno para o bebê dela. E foi assim que ela acabou indo sentar lá na minha fileira, que tinha ao menos dois assentos disponíveis.

Montei um pequeno ninho para que o bebê pudesse deitar com conforto no banco e a mãe pudesse “ter de volta seus braços”(risos). Fiquei com o pequeno para ela ir ao banheiro, arrumar a bolsa e até se maquiar. Ela chegou no salto e cheia de corretivo. Eu, de tênis e óculos escuros.

Em viagens com crianças, imaginamos que ninguém quer sentar a nossa volta e, se pudessem escolher, viajariam em voo “no kids” – o que aliás já existe em versão light. Choro constante, trocas de fraldas e um senta e levanta é a imagem que todos têm em mente, o que não deixa de ser um pouco verdade. Mas o que fazer? Condenar famílias inteiras a só viajar quando a criança tiver passado com louvor em aulas de etiqueta? Nessas horas, minha amiga, ligar o botão do “nem te ligo” (versão delicada daquele botão de nome bem mais feio) é a solução. Se você se incomoda em “incomodar”, leia essa matéria . Pais de gêmeos de apenas 2 semanas distribuíram no voo chocolates e uma mensagem para quem estava nos assentos ao redor deles, pedindo desculpas antecipadas caso as crias não se comportassem durante a viagem. Uma atitude bem simpática e que pode conquistar os adultos mais mal humorados.

Pensando nisso, decidi criar um pequenos guia para quem está viajando sozinha com o filho:

  • Antes de tudo, ao planejar a viagem, programe-se para atingir o Nirvana, onde nada vai te incomodar. Você já sabe que provavelmente o seu bebê vai chorar, que pares de olhos vão olhar torto, que vai ter fralda de cocô para trocar em um banheiro minúsculo, que você vai ter que fazer xixi com o pequeno pendurado e, provavelmente, não irá dormir. Supere isso.
  • Escolha voos noturnos por motivos óbvios, seu filho dorme e com alguma sorte você também. Outras mães vão preferir o voo diurno, preferem a turbulência para depois ter a bonança de uma noite tranquila em uma cama.
  • Para não ser pega desprevenida, verifique o tamanho do berço e o peso que ele suporta, desse modo você já pensa no plano B.
  • Ao fazer as malas, certifique-se de que você vai conseguir dar conta dos volumes que pretende carregar e também do bebê.
  • A mala de bordo deve ser completa e compacta. Troque a bolsa pela mochila e tenha uma mala de bordo que seja leve e de rodinha.
  • O carrinho mais compacto que você tiver vai ser um alívio para braços e costas.
  • Para a inspeção de segurança você terá que tirar sapatos, e qualquer outro possível metal. Então nada de brincos, pulseiras e braceletes. Sapatilhas confortáveis também são uma ótima pedida. Aposte no combo legging, blusa e cardigan.

 

O que não esquecer de colocar na mala de bordo:

  1. Mamadeiras já com a quantidade de fórmula – sempre coloque 1 ou 2 mamadeiras a mais se o voo for muito longo. Se você ainda amamenta, melhor, menos um item. Não se esqueça de levar os protetores de seio e também blusa extra.
  2. Fraldas, muitas fraldas e lenço umedecido. Álcool gel e lenços de papel. Chupetas e fraldas de boca.
  3. A farmacinha do bebê e a sua para qualquer tipo de acidente. Consulte o seu pediatra antes.
  4. Mudas de roupa para o bebê e para você.
  5. Uma manta bem quentinha. Se o seu filho não couber no bercinho, coloque uma manta a mais para servir de forro para um possível assento vazio.
  6. Elástico de cabelo e óculos escuros para você.
  7. Brinquedos que não ocupem espaço e não sejam barulhentos.
  8. Canguru ou sling são amigos da mãe viajante. Se você precisar ir ao banheiro, com certeza será mais fácil se o seu filho estiver em um desses salvadores da pátria. Você ainda pode contar com a boa vontade de uma outra mãe ou ainda chamar a comissária de bordo.
  9. O choro do bebê é algo que não se pode prever. Os bebês vão chorar de fome, de desconforto, tédio e mais alguma outra coisa que não temos como resolver.
  10. Paciência. Acredite, não é culpa sua.

 

Aceite ajuda.

Boa viagem.

 

Crédito de imagem: GrahamKing

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8 Comentários

  1. Patricia de Lyra
    5 de Março de 2013 at 17:29 — Responder

    Viajo sozinha com meu filho desde que ele nasceu, 12 horas de voo com direito a troca de aviao. Nao e facil mas tb nao e um bicho de 7 cabecas.
    Minha vida facilitou muito depois de comprar a mala trunki.
    http://www.trunki.co.uk/EN/categories/trunki_2
    Como varios aeroportos nao permitem desembarcar o carrinho em escalas (como o Charles de Gaule, por exemplo…) essa foi a solucao pra me deslocar de um terminal ao outro sem ter que carregar 20kg de filho cansado, mala, casacos e etc. Recomendo!

  2. 6 de Março de 2013 at 8:31 — Responder

    É dose, sempre! Fiz um post no meu blog inspirado nesse aqui de vcs! ó: http://www.maegeek.com/viajar-de-aviao-sozinha-com-um-bebe-e-muito-facil/
    Bjos!

  3. 1 de Abril de 2013 at 23:34 — Responder

    Realmente não é fácil viajar com bebê e muitas pessoas são bem intolerantes com crianças no vôo. Mas não tenho dúvidas de quanto compensa o transtorno!
    Debora
    http://viajandoemfamilia.com.br/

  4. Manuela
    24 de julho de 2013 at 12:04 — Responder

    Realmente não é fácil viajar sozinha com bebe. Depois de certo tempo viajando com frequencia entre Alemanha e Brasil por diferentes empresas cheguei a seguinte conclusao.
    Lufthansa possui berço que suporta até 15 kilos e tamanho de 78 cm e não compra adicional por este.
    Airfrance, Tam e a Tap o berço suporta até 11kilos e 70cm.
    A Tam é a única empresa que cobra entre 85 – 135 dólares por perna pelo berço.

    A melhor coisa é

    • Patricia
      24 de julho de 2013 at 16:20 — Responder

      Manuela,

      ficamos aguardando seus conselhos do que seria melhor.

  5. Manuela
    7 de agosto de 2013 at 14:40 — Responder

    Realmente não é fácil viajar sozinha com bebe. Depois de certo tempo viajando com frequência entre Alemanha e Brasil por diferentes empresas cheguei a seguinte conclusão.
    Lufthansa possui berço que suporta até 15 kilos e tamanho de 78 cm.
    Airfrance, Tam e a Tap o berço suporta até 10 kilos e 70cm.
    A Tam é a única empresa que cobra entre 85 – 135 dólares por perna pelo berço e você só descobre na hora do check-in

    A melhor coisa para quem faz mais de uma conexão, é buscar um destino que fique o mais perto do destino final, no máximo a duas horas de avião. Minhas viagens sempre duram entre 14 e 16 horas e busco sempre conexões com no máximo duas horas de espera. Até hoje só perdi uma conexão e a empresa me recolocou no voo seguinte.

    É sempre bom ligar com pelo menos dois dias de antecedência e solicitar o berço ou um assento especial.

    Para quem faz conexões no Brasil no terminal 2 do aeroporto do Rio de Janeiro existe um banheiro onde é possível dar banho nos bebes.

  6. Fabiana
    2 de outubro de 2016 at 13:06 — Responder

    Maravilhosooooo!!!! Agradeço! Tenho tanto medo de viajar sozinha que nem durmo mais de ansiedade. Ai ai

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