Uma bolha chamada maternidade

As crianças são uma parte de nossas vidas, e não o contrário. Depois da chegada dos filhos, notamos que, em todos os ambientes, tudo é para eles. Sou mãe há quase três anos e lanço o desafio: Qual a música que toca no seu carro? Se vocês estão na sala vendo TV, qual o programa que está passando? Existe algum cômodo da sua casa que não tenha brinquedos?

Acho que você já sabe a resposta. Nosso mundo foi sim envolvido por essa bolha chamada “maternagem” ou parenting no bom inglês. Somos mais mães do que qualquer outra coisa e por muito mais tempo. Alguns estudiosos do comportamento materno atribuem essa mudança ao fato de nós mulheres termos entrado efetivamente no mercado de trabalho e sendo assim, queremos compensar cada minuto passado longe direcionando todo nosso tempo disponível em um tempo para estar com as crianças. 

A ansiedade típica é combustível para estarmos sempre desejando o próximo passo: “quando meu filho vai dormir a noite toda?”, “quando vai brincar sozinho?” E se você se sente uma péssima mãe por pensar assim, saiba que não está sozinha. Queremos uma parte da nossa vida de volta, encontrar com os amigos e dormir até mais tarde no final de semana. Queremos que não nos rotulem e que os amigos não se afastem. Talvez essas amigas que não estão na nossa situação sejam o ponto de segurança para que a gente não se esqueça do que precisamos para permanecer no jogo da vida e não sermos anuladas pela maternidade.

Pode ser que você não tenha atentado ainda para o fato (o que eu duvido), mas o nosso papo gira em torno de fraldas, consistência do cocô e o sono do bebê. Política, artes, cinema? Não me entenda mal, já estive nesse lugar e volta e meia me vejo sentada nessa cadeira como se fosse o único lugar que me coubesse no mundo. Por um tempo, eu não quis ser mais do que isso, mas chega uma hora que devemos deixar que nossos filhos tenham seu lugar e a gente também encontre o nosso, porque no dia em que o seu filho estourar a bolha, ele saberá para onde ir, nós não. 

Encontre com suas amigas ao menos uma vez por mês, leia livros interessantes ou um romance açucarado, vá ao cinema ou ao teatro. Com o tempo você vai perceber que pode sim continuar vivendo sua vida ainda melhor do que antes.

 

 Crédito de imagem: Ali Smiles 🙂

Postagem anterior
Costurando no papel
Próxima postagem
Quanto temos para dar?

5 Comentários

  1. 27 de setembro de 2013 at 16:48 — Responder

    Adorei o texto!
    A mais pura verdade, porque somos assim?
    Já me peguei pensando em como será minha vida depois que o pequeno Joseph crescer… bjs

    • 27 de setembro de 2013 at 16:50 — Responder

      Esqueci de mencionar que adorei conhecer o cantinho de vcs, tanto ontem lá no evento da petit fruit qt hj aqui!
      Seguindo e curtindo em todas as redes, bjs meninas!

  2. silvana
    9 de outubro de 2013 at 12:41 — Responder

    oi Patricia, muito bacana seu texto,é bem por aí mesmo,o grande desafio da maternidade é saber conciliar mais esse papel com as outras esferas da vida,como trabalho, relacionamento afetivo, amizades…acho que o mais encantador de ser mae, é criar seu filho incentivando-o a ter autonomia e o mais importante, a gente tambem se sentir autônoma em relação ao filho, ou seja, saber que esse amor tao grandioso e que nos consome com tanta força tambem precisa ser equilibrado, pra que sejamos felizes.

  3. Carla Chagas
    14 de novembro de 2013 at 23:47 — Responder

    muito bom o texto adorei, e neste momento é pelo que estou passando com minha primeira filha principalmente por que sou mãe & pai.

  4. viviane lilaz
    26 de Abril de 2015 at 12:08 — Responder

    Muito bom!identificação total…

Envie uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Voltar
COMPARTILHAR

Uma bolha chamada maternidade