Ser mãe na era do Facebook

Minhas amigas que foram mães nos últimos sete a dez anos costumam dizer que se houvesse Facebook suas vidas com seus bebês seriam mais fáceis. A rede social, que entrou no Brasil em 2008, só faz  crescer desde então. E com o Facebook vieram os grupos e com os grupos as mais diversas comunidades. Nos últimos quatro anos pipocaram inúmeros grupos voltados especialmente para mães. E a troca, normalmente é riquíssima, e por vezes, acalorada.

Você não conhece nenhum? Então não sabe o que está perdendo. De grupos voltados para troca de experiências, até aqueles especializados em compra e venda de artigos usados, fornecedores de festas infantis, alimentação de bebês e dicas de programas para fazer com os pequenos, é certo de você achar a sua turma.

Mães de primeira viagem, sobretudo, são as que mais se beneficiam desta vida em comunidade virtual, afinal você está a um clique para obter respostas sobre perguntas tão diversas quanto enjoo na gestação, qual o melhor carrinho de bebê para múltiplos, dicas de profissionais da saúde em sua cidade e se as mães ali “presentes” indicam ou não o uso de ____________________ (preencha com sua dúvida do dia: mamadeiras, chupetas, fraldas de pano, creme anti estrias, pomada para assaduras, etc.)

A lista de tópicos é infinita e a disposição das mães em ajudar, trocar e compartilhar também. Entrar em qualquer grupo minimamente badalado é fazer automaticamente umas 500 companheiras para a vida.

Uma amiga sempre comenta que sua experiência como mãe foi, no início, um pouco solitária, pois a maior parte dos seus amigos ainda não tinham filhos e nem estavam vivendo aquele momento. Minha irmã, mãe de gêmeas de 10 anos, também foi uma dessas que se viu isolada de muita gente. A irmã mais velha (eu) resolveu ser mãe sete anos depois, e além da nossa mãe e avó, ela basicamente contou com o Dr. Rinaldo de Lamare. Até porque a literatura em 2003 era ridiculamente mais escassa.

Mas, é claro que juntar tanta gente diferente no mesmo lugar, mesmo que ele seja virtual, é também administrar inúmeros egos e opiniões. E é aí que reside o maior problema. O suposto anonimato da Internet faz com que as pessoas sejam mais incisivas nas suas opiniões. E ainda mais impositivas.  E como escrever bem é uma arte, muitas das palavras que são ditas no calor do momento soam grosseiras, mesmo que o autor não tivesse a intenção. E algumas pessoas são mesmo agressivas e armam-se barracos homéricos. E tudo isso porque uma fulana foi mais fervorosa na defesa do parto em casa, a beltrana sugeriu que a cesárea era mais segura que o parto normal, a sicrana disse que não existe felicidade enquanto filhos de todo o mundo não forem adestrados com o nana nenê e ainda uma última que defendeu em letras maiúsculas amamentação sob demanda até perder de vista. Nessa hora cada grupo precisa ter um bom moderador capaz de acalmar os ânimos da turma e até mesmo deletar o post da discórdia.

Pra quem vive uma vida tão online como eu, os grupos são uma ótima tábua de salvação nas horas de desespero ou até pra bater papo e contribuir com minhas experiências em determinado assunto. Mas também são fonte de preocupação  quando eu leio pessoas tão radicais em suas posições. Porque se existe uma coisa que eu aprendi na maternidade é que ser mãe é abraçar o imprevisto. É ter preconceitos tão arraigados, pra ter que morder a língua dois minutos depois. E é esse bom senso que eu tento apregoar nos inúmeros grupos que eu faço parte.

Por falar nisso você conhece o grupo do Mundo Ovo no Facebook? Então vai lá bater papo com a gente. Prometemos tirar suas dúvidas, compartilhar e abraçar essa comunidade tão rica chamada maternidade. Até lá.

 

Imagem: http://www.freedigitalphotos.net

 

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