Pensando em desmamar?

Desmamar é uma opção muito pessoal. Todo mundo sabe que o ideal é amamentar, de preferência leite materno exclusivamente, pelo menos ate o bebê completar seis meses. Mas na cartilha “aprendendo a ser a mãe ideal” ninguém diz exatamente quando um bebê deve ser desmamado.

A Patricia já contou pra gente como foi a experiência dela com a amamentação, e a Mariana também. Diferentemente delas, eu tive uma experiência com menos contratempos. A Victoria saiu do hospital com uma pegada espetacular, mas eu nem colostro tinha. Meu leite só foi descer mais de uma semana depois do parto. Isso não chegou a ser problema, porque ela, esfomeada, tomava uma mamadeira após cada mamada, coisa que ela também adorou.

A verdade é que a Victoria é a prova viva, ou uma das exceções, em que a mamadeira não diminuiu o amor pelo Peitão (com P maiúsculo mesmo). Ela sempre esvaziou os dois peitos e pelo menos 50% das vezes urrava por uma mamadeira de Aptamil. Fomos assim até ela completar 1 ano, quando minha produção começou a secar. Sem qualquer tipo de neura, continuaríamos na mamadeira. Só que não foi bem assim. O amor pelo peito não diminuía e ela continuou fazendo o peito de chupeta por muito tempo. Mãe privada de sono que sempre fui, fui cedendo, porque tal qual uma chupeta, o peito fazia ela dormir mais rápido. Por fim, era só um peitinho de amor na hora de dormir. Mas quando ela completou dois anos a situação foi me cansando um pouco e aos poucos consegui ser mais forte e negar (e explicar) que ela já estava grande, que o peito da mamãe não tinha mais leite, enfim… uma ladainha qualquer para uma criancinha bem desconsolada.

Hoje, com 2 anos e 4 meses ela pede “pipite” todas as noites, mas agora eu sei que é sem-vergonhice e digo não sem pena. Ela ri (ou chora) e se consola com uma chupeta, com uma mamadeira e estamos conversadas. Esse foi o meu tempo.

Pelo meu relato, dá pra perceber que minha cabeça é tranquila e minhas convicções bem leves. Não sou contra mamadeira, nem chupeta, nem contra amamentação prolongada ou complementar, nem contra amamentar em público, nem contra nada. Eu acho que cada mãe sabe o que é melhor para si e sua prole. Minha única objeção é quando a mãe detesta amamentar (conheço algumas). Aí eu acho que se tiver leite no peito, aguenta firme a tortura pelo tempo que der. A verdade é que os benefícios do leite materno são inegáveis, mas os bebês sobrevivem (alguns muito bem) com fórmula.

A decisão sobre o tempo que você vai passar amamentando depende da sua vontade e da sua disponibilidade. Se você saiu de licença-maternidade e precisa voltar quando o neném fizer quatro meses, o seu pediatra provavelmente vai iniciar a alimentação sólida dele mais cedo e você vai tirar leite com bomba por quanto tempo aguentar e oferecer o peito de manhã e outro a noite.

No fundo, tudo se resume no que é mais confortável pra você e pro seu pequeno. Se ele adora o peito mesmo depois de começar a comer, de estar tomando leite integral e derivados de leite, então continue. Se ele desistiu no meio do caminho e não quer mais saber de peito e está mais interessado em ampliar os horizontes, não se martirize. Se pra você essa história de peitos ao vento já deu, não se culpe. A vida é mais feliz quando mãe e filho estão contentes.

 

Imagem: Raphael Goetter

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5 Comentários

  1. 11 de Janeiro de 2013 at 14:29 — Responder

    Minha filha também mamou peito e mamadeira desde o primeiro dia de vida até os 2 anos, quando eu decidi parar.

    • Camila
      Camila
      25 de Janeiro de 2013 at 21:43 — Responder

      Oi Renata, pois eh cada mae acaba sabendo quando eh a hora certa. Alguns bebes se sentem seguros mesmo longe do peito. Outros precisam desse contato, dessa seguranca por mais tempo. No fundo, vai alem do alimento, pura e simplesmente. Beijo e obrigada pela leitura.

  2. 1 de agosto de 2013 at 23:41 — Responder

    Eu também não tive nenhuma dificuldade para conseguir amamentar, mas sou um fiasco no quesito desmame!rs

    • Camila
      3 de agosto de 2013 at 21:47 — Responder

      Mari, pois é. Aqui já não tinha mais leite, mas o peito continuava aberto. Agora enjoou. Pegou chupeta. Aos 2 anos e meio. Affe. Beijo

  3. viviane
    4 de agosto de 2013 at 15:27 — Responder

    adorei o posto, super natural e mente-aberta. também dou fórmula e peito para minha baby porque nunca tive leite suficiente para matar a fome dela, e sou contra todas as propagandas que dizem que se o neném tem boa pega e sugar o dia inteiro, vai ter leite (eu sou a prova de que nao é verdade, nao funciona). o importante é o amor que a criança recebe. mas até eu entender que a máxima do ministério da saúde nao se aplica a todos, senti muita raiva e culpa.

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