O caminho para a independência

Hoje, ao acordar pela manhã, percebi que tinha perdido a hora quando minha filha de cinco anos veio se despedir de mim dizendo: “Mãe, eu estou rouca, com um pouco de dor de garganta… Mas cadê o desenho que a gente fez ontem? Quero levar pra escola. Tchau, mãe!” me deu um beijo e saiu do meu quarto. Eu fiquei meio sem ação, pensando, no que tinha acabado de acontecer… E resolvi escrever um pouco sobre isso.

Com cinco anos, a criança já adquiriu certo grau de independência, e acredito que pelo fato da minha filha ter dois irmãos mais velhos essa independência veio um pouco mais rápida.

O fato é que a criança dessa idade, já consegue ir ao banheiro sozinha, já começa a entender que existe um mundo fora do seu ambiente familiar e que ela precisa e é legal se integrar nesse mundo gigante que a cerca.

Por um lado é muito interessante e divertido, mas por outro ele também pode ser assustador e complicado.

Há diversas maneiras de a criança enfrentar essa nova fase. Algumas crianças quando estão em casa voltam a se comportar de forma mais infantil, parecendo mais regredidas, e pedindo mais atenção, em uma tentativa de se certificarem que não perderam aquele lugar perto dos pais, reafirmando o seu lugar de segurança dentro de casa. Outras se tornam independentes, e tentam provar a sua capacidade o tempo todo dentro e fora de casa, querendo fazer tudo sozinha sem a ajuda de ninguém.

É nessa fase que as regras têm um valor muito importante e os jogos entram como uma oportunidade para os pais começarem a explicar o funcionamento da vida e a capacidade de trabalhar em equipe. Eles já têm a capacidade de tolerar um pouco mais a derrota, mas prestem atenção: só um pouco mais.

A necessidade que cada uma tem de cercar-se de regras variará de acordo com as personalidades individuais de cada criança. Tem crianças que aceitam mais facilmente e outras que ainda não estão prontas. É a fase dos super-heróis e das princesas, onde fantasia e realidade se misturam o tempo todo. A criança dessa fase ainda está na fase da dominância do pensamento concreto. E o que quer dizer isso?

Se a criança não pode ver a sua mãe, ela dificilmente pode conceber a ideia que a sua mãe esteja fazendo outra coisa em outro lugar; um exemplo disso é quando vemos uma criança pequena perdida em um shopping, e o desespero que ela transmite. O seu medo é que a sua mãe não apareça, não exista mais. Ela está adquirindo a capacidade de negociar com o mundo interno dela (as fantasias, medos) e o externo (a realidade), assim como com o ambiente interno (a sua casa, os seus pais) com o ambiente externo (os amigos, a escola). É importante um adulto que lhe explique o que está acontecendo e a ajude a ir entendendo esse processo.

Portanto é necessário quando vão sair para jantar fora ou para fazer alguma viagem, conversar com seus filhos e falar sobre isso e não simplesmente desaparecer. E é também importante cumprir o combinado, como por exemplo: Se você disse que iria buscar o seu filho no fim do dia. Vá! Assim ele vai criando mais confiança no cuidado de seus pais (dentro de casa) capacitando-o a ter mais confiança também no ambiente fora da sua casa.

Enfim, é natural sentir um pouco de tristeza em perceber que seu filho está crescendo. Uma transição implica tanto em um começo quanto em um fim, mas a criança precisa sentir confiança em seus pais para saberem que conseguem e estão ficando cada vez mais aptas a enfrentarem esse “mundão aí fora”!

 

 

Imagem: epSos.de

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