Creche ideal: o que pesquisar

Procurar a creche ideal é impossível, mas é necessário encontrar um lugar bacana que você possa deixar o seu bebê e ficar com a cabeça tranquila. Há pouco mais de um ano atrás eu estava percorrendo uma via crucis para encontrar o lugar ideal, que se encaixasse nos pontos que são cruciais pra mim. Confesso que não fiquei neurótica, nem com sentimentos de culpa eterna e tinha na cabeça que a creche seria a melhor opção pra mim e para o estilo de vida da minha família.

Mas eu tinha dúvidas sobre o que observar durante a minha visita e posteriormente quando ela passou a fazer parte da vida em sociedade. E contei com a preciosa ajuda da minha irmã, que já tinha mais experiência no assunto. Com isso eu eliminei várias de cara e nem fui visitar.

O post de hoje dá algumas dicas do que observar quando for escolher a creche do seu miúdo e pra continuar observando no decorrer do tempo.

Localização: não adianta morar em Copacabana, trabalhar em Botafogo e se apaixonar por uma creche no Leblon. Principalmente se você trabalha. Há de se levar em conta o trânsito e também a distância a ser percorrida em caso de emergência. Pra mim, creche tem que ser perto do trabalho, sobretudo se você leva e busca. Se tiver babá ou ajuda extra pra esse transporte, aí pode ficar perto de casa. Se você, como minha irmã, morava na Barra e trabalhava em Botafogo, considere também a distância a ser percorrida com bebês no carro. Minha irmã levava as crianças todo dia pra Botafogo, pra creche ao lado do escritório. Não aguentou a barra pesada do trânsito e não tinha como deixar as crianças na Barra. Resultado: se mudou pra Botafogo e viveu feliz pra sempre sem engarrafamento.

Preço: adorou a creche de 2000 reais mas não sabe como vai pagar? Desencana. Existem creches bacanas em todas as faixas de preço. Seu filho vai ter que encarar turmas com mais bebês, brinquedos mais antigos e não vai falar quatro línguas antes de chegar ao pré, mas ele sobreviverá bem. E você deveria também

Limpeza: uma creche precisa sim ser suuuper limpa. Não faça vista grossa. As crianças já precisam lidar com muita exposição e não precisam de sujeira na vida delas.

Horário: a creche precisa se adaptar ao seu horário e não você a eles. Verifique se a creche consegue lidar com horários alternativos ou imprevistos sem fazer cara feia e se possível sem cobrar a mais por isso. A maioria delas fecha entre 19h e 19h 30m, então fique atenta caso trabalhe até mais tarde.

Diálogo: uma das coisas que eu mais gosto na creche da minha filha é a possibilidade de trocar ideias com os donos ou funcionários. A pediatra sugeriu diminuir o horário dela na creche para diminuir a exposição. Fui conversar na creche. Ela não está comendo bem em casa. Fui conversar com a  nutricionista. Ela está com constantes assaduras. Fui conversar com a auxiliar. Ela está querendo tirar a fralda. Fui conversar com a professora. E por aí vai. Longe de ser a mãe chata de porta de creche, eu sou até bem ausente, sempre correndo e com vontade de interagir mais. Mas quando a coisa aperta eu sei que sempre posso contar com um ombro amigo dentro da creche e isso me passa confiança. E eles sempre me dão retorno, seja na hora da saída, seja via agenda.

Nutricionista: verifique se a creche possui nutricionista de plantão e vai bater um papo com ele/ela. Sobretudo se o bebê ainda estiver frequentando o berçário, determine quem vai oferecer a gema, se deve ou não mandar mamadeira, se quer ou não que acrescente aveia ou qualquer tipo de farinha na fruta, se precisa que o prato seja finalizado com azeite para garantir uma gordura extra, para assegurar que a comida é suficiente, para discutir a consistência e tire todas as suas dúvidas. E mantenha-se atenta ao cardápio.

Atividades: verifique a rotina da turminha na creche. O que eles fazem o dia todo e de que forma são conduzidas as atividades. Veja também como eles se movimentam, se enquanto são miudinhos ficam em espaço apropriado, como a creche lida com escadas e onde eles se alimentam, tomam banho e dormem.

Crianças por turma: “vale quanto pesa”. Creches mais em conta possuem uma quantidade maior de crianças por turma. É fato. O ideal é que as turmas de berçário não ultrapassem 10-13 crianças. E que o espaço seja apropriado e ventilado. Isso é uma das queixas que eu tenho hoje. A turma da Vicky tem 20 pestinhas e eu acho a sala deles pequena. Mas, apesar de torcer o nariz, eu aceito o fato de que esse é um “contra” que eu consigo administrar na minha cabeça.

Berçaristas por cabeça: reza a lenda de que no berçário a proporção deveria ser uma auxiliar para cada grupo de quatro crianças. Pesquisei entre as amigas próximas e contei nos dedos quantas, de fato, obedecem a proporção. No berçário II quando eles estão mais independentes, aí mesmo é que ninguém mais presta atenção nisso. O fato é que não existem olhos suficientes pra controlar a turminha em nove entre dez creches. Desencana. Eu desencanei. Seu bebezinho que ainda está aprendendo a sentar vai ficar mais tempo resmungando no chão quando o amiguinho que ensaia os primeiros passos tropeçar no seu filho, sua filha vai ter cabelo puxado mais vezes ao dia e vai apanhar/bater mais nas disputas por brinquedo sem intervenção de um adulto. Vai também demorar mais pra todo mundo comer, tomar banho e trocar fralda. Quando a Vicky chega mordida em casa (ou quando ela morde, digo envergonhada), costumo dizer: creche é guerra. Lide com isso 🙂

Segurança: verifique se qualquer um entra e sai, se tem uma pessoa responsável pelo portão etc.

O que me irrita: tem uma coisa que me irrita, mas conversando com as amigas, não vi uma que estivesse satisfeita com esse assunto. O uso “coletivo” dos itens pessoais. Na teoria a pomada do seu bebê só vai ser passada nele, assim como shampoo, sabonete, fralda, lenço umedecido, etc. Mas não é bem assim todos os dias. Isso me irrita, porque eu gosto que ela use certas marcas, sobretudo porque ela é alérgica e a pediatra assim determina. Mas é fato que, de vez em quando, eu tenho que lembrar que itens de higiene são pessoais e não coletivos e que itens de primeira linha são muito caros para serem compartilhados com uma turma grande.

O que sou contra: câmeras para os pais acessarem as salas de aula remotamente pelo computador. Fala sério. Você vai ficar doida. Acho que os dois minutos que você entrou e viu uma cena que não gostou pode estar fora de contexto e, de verdade? O que os olhos não vêem o coração não sente.

Boa sorte 🙂

 

Imagem: Vicky visitando a creche pela primeira vez (maio de 2011)

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6 Comentários

  1. Patrícia Valverde
    11 de outubro de 2012 at 12:43 — Responder

    Coisa mais fofa… Mas é uma mini Biano! 🙂

  2. Ana
    11 de outubro de 2012 at 14:09 — Responder

    Camila,
    Outra coisa que acho que vale como dica:
    Ano passado, Elena passou uma temporada imensa chorando pra ir pra creche, todos os dias. Mas como no fim do dia ela sempre estava super feliz, e muitas vezes pediu até pra ficar mais um pouquinho, creditei o choro a presença do irmão recém nascido, e nao a qq problema com a creche.
    Então, a dica é: observa como a criança esta no fim do dia: alegre, estressada, deprimida. Acho que isso diz muito sobre como tenha passado o dia…
    Bjs!

  3. Paula
    11 de outubro de 2012 at 14:48 — Responder

    Oi Camila,

    estou bem nessa fase de procurar creches e, de fato, é muito difícil achar uma que atenda a todos os critérios… A questão é ver qual que podemos deixar passar… rs.

    Você comentou de uma creche em botafogo que sua irmã ficou super feliz… Como eu também moro em botafogo, você poderia me indicar para eu conhecer?

    Obrigada!
    bjs

  4. 15 de outubro de 2012 at 13:14 — Responder

    Oi Camila,
    Cheguei ao seu blog através de um post no grupo Mom´s do Facebook. Gostaria de convidá-la a conhecer o Colégio Porto Real. Sou diretora do colégio, tenho 4 filhos e os dois menores estudam lá. Justamente por pensar como você (que não existe creche ideal) resolvi, juntamente com um grupo de pais, montar um colégio dos sonhos de toda mãe. Tenho certeza que você vai acabar mudando de opinião. Bjs.
    Adrianna

  5. Daniela
    8 de Janeiro de 2015 at 14:12 — Responder

    Chorei na hora de conhecer a escolinha, to muito triste, me sentindo culpada não sei o que fazer para acostumar com essa ideia.

    • Camila
      9 de Janeiro de 2015 at 2:36 — Responder

      Daniela, mas porque exatamente voce esta se sentindo culpada? Bjs

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