Cartão de vantagens do clube das mães

Quando criança, o sonho de muitas meninas é o famoso combo “casar e ter filhos”. Já li muitos artigos nesse mundo virtual colocando a culpa disso tudo no Tio Disney e também nos irmãos Grimm, que nos fizerem desde muito pequenas, acreditar que o “e viveram felizes para sempre” deveria ser o sonho de consumo de cada menina. Uma das lições mais importantes era saber esperar; a felicidade vai chegar em um cavalo branco e atender pelo nome de “príncipe encantado”.

O mundo gira e muitas e muitas voltas depois, algumas de nós ainda sonha com o casamento e os filhos; não necessariamente nesse ordem, e sem precisar ser no plural. Percebemos que as realizações vão muito além da capacidade de atrair um bom partido e formar uma família, tomar conta da casa…

Encontramos príncipes nada interessantes e sapos bem atraentes. Escrevemos os dias de nossa vida dentro do possível e convidamos a maternidade a chegar mais tarde.

Passamos anos ao lado do parceiro e construimos uma rotina sólida e bem preservada – a tal da individualidade do casal – e quando digo rotina, não precisa ser tudo igual sempre. O ser humano é um ser de hábitos e isso não é ruim como muitos pensam.

Quando o casal decide entrar para o seleto clube de pais, um cartão é enviado para nossa casa. O contrato é simples, uma única cláusula o rege: “Você tem que amar e cuidar desse pequeno ser que agora faz parte da sua família.”

Sendo mães maduras, se você tem mais de 30 anos, temos a falsa ilusão de que tudo será mais fácil. Acreditamos que a maturidade e a experiência de vida até o momento acumuladas em um cartão fidelidade da vida platinum, vão nos dar upgrade direto para o time de primeira classe das mães.

Não importa quantas fraldas foram trocadas, banhos dados e passeios na pracinha e no teatro. Quem acha que ser tia ou madrinha é vantagem e que marcava alguma pontuação, pode ir tirando o cavalinho da chuva, aviso logo que nesse cartão os pontos acumulados até então não valem nada, nadinha.

No cartão de vantagem do clube das mães, o contador se move quando a criança nasce. É isso!

Nesse seleto e universal grupo, mães culpadas não conseguem dobrar a pontuação em trechos simples como jantar com amigas ou uma ida ao salão de beleza.

Quão mais frequente é a sua ida ali na esquina para comprar pão sem o sentimento de culpa, maiores as possibilidades de ganhar bônus para o cinema ou teatro.

Vôos mais longos, como passar o final de semana com o marido na praia, podem te dar o status platinum por mais um ano, e se o programa for combinado com programas a dois semanalmente, o céu é o limite.

Voltar a trabalhar e não ceder a pressão para se manter em casa e abandonar uma parte da sua vida que te dá prazer, estende às vantagens para toda a família.

A renovação é automática quando se tem mais de um filho e se mantém o ritmo anterior.

Você deixa de pontuar quando dá ouvidos à mãe daquele amiguinho que dorme a noite inteira ou já anda e fala.

 

O bom mesmo é agir como se ele não existisse. Dessa forma a gente não se “endivida” e pode andar descalça e feliz por aí.

 

 

 

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