Almanaque da grávida descolada

Sexo na gravidez

Pode fazer. Não vai cutucar a cabeça do bebê. Juro que não. Se o médico liberou a atividade, pode se jogar nos lençóis de seda com barriga e tudo. Se o marido está tendo crises morais a respeito de fornicação gestacional, lance o desafio “46 semanas sem sexo”. Homens são mais racionais e os números ajudam a gente com a persuasão.

Já ouvi relatos assombrosos de maridos que não conseguem transar com as maridas providas de barriga por parecer algo moralmente incorreto. Ah tá: até três meses atrás podia transar de cabeça pra baixo na rua deserta e agora ficou feio, é isso? Marido: seu filho está dentro de uma cápsula hermeticamente fechada, onde o seu pipi não vai entrar. Uma barriga me disse que o cônjuge estava superando o trauma. Já estavam fazendo sexo de lado, debaixo das cobertas que “é pra não ter a sensação de estar transando com uma grávida”. Avemarica.

Uma amiga minha não quis transar de jeito nenhum na gravidez do primeiro filho. Ela falou que simplesmente não queria nem pensar no assunto e que até liberou o marido para aliviar as tensões com prestadoras do serviço. Sentimentalismos à parte, achei justo. Ela não queria transar, mas reconheceu que privar o marido por 46 semanas (porque tem quarentena depois do parto, lembra?) seria uma baita sacanagem. Será que algum marido complexado já liberou garoto de programa para barriga cheia de amor pra dar?

Passado o primeiro trimestre, meus hormônios me transformaram em uma espécie de diabo da Tasmânia sexual. Todo mundo ficou feliz da vida, até o bebê, que sente uma alegria engraçada quando a mãe tem um orgasmo (sabia?). Então um dia tomei um baita susto.

Foi algo como uma ejaculação peitoral. Pois é. Lá no meio de tantos ziriguiduns, alegrias e tudo aquilo, meu peito começou a soltar leite. E eu com 28 semanas de gestação, blusa com duas pizzas frontais e uma baita cara de “eeeeeeeeeeca”. Foi assim que descobri que a ocitocina aumenta em 40% depois do orgasmo. É, a ocitocina, o hormônio do amor. O mesmo que manda produzir o leite e comanda as contrações uterinas na hora do parto. Aquele que também se manifesta quando você abraça alguém muito querido ou quando vê o pai da criança morrendo de amores com o bebê no colo.

Resumindo: as posições vão mudando conforme a barriga ocupa o espaço, os orgasmos ficam mais molhados e as sensações ficam diferentes. Sexo na gravidez é gostoso e dá uma amostrinha do quanto a maternidade vai mudar sua vida.

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2 Comentários

  1. Rita
    17 de outubro de 2013 at 22:17 — Responder

    Adorei a matéria. Super bem escrita e bem humorada também! O marido e eu ainda estamos nos acostumando com as mudanças da gravidez e às vezes o clima aparece e a gente lembra do bebê…é um pouco esquisito, mas estamos nos adaptando.

    • Patricia
      25 de outubro de 2013 at 0:39 — Responder

      O importante é não criar expectativa e nem ter pressa.

      Devagar e sempre, ou quase sempre. Risos

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